Gerenciamento de risco (português brasileiro) ou gestão de risco (português europeu) (GRIS) realiza-se com a adoção de melhores práticas de infraestrutura, políticas e metodologias, permitindo uma melhor gestão dos limites de risco aceitáveis, do capital, da precificação e do gerenciamento da carteira.
Risco significa incerteza sobre a ocorrência ou não de uma perda ou prejuízo, e a forma de se controlar os riscos é através de seu gerenciamento. Ser capaz de gerenciar o risco significa "tentar evitar perdas, tentar diminuir a frequência ou severidade de perdas ou pagar as perdas de todos os esforços em contrário", entendendo-se 'frequência de perdas' como a quantidade de vezes que a perda ocorre, enquanto a severidade seria o custo do prejuízo decorrente da perda.
Conforme Jorion, no Gerenciamento de Risco financeiro considera-se, em primeira instância, os riscos financeiros que compreendem aqueles que ocasionam ganhos ou perdas de recursos financeiros para instituição. Quanto à volatilidade, são observados resultados inesperados relacionados ao valor de ativos ou passivos de interesse.
Pode-se classificar os riscos financeiros como estratégicos e não estratégicos. Os estratégicos são aqueles assumidos voluntariamente. Uma cautelosa exposição a esses tipos de riscos é fator fundamental para o sucesso das atividades comerciais. Já os riscos não-estratégicos são aqueles que não podem ser controlados e não condicionam fator estratégico, e por isso denominado desta forma.
Risk and Control Impact Assessment.
De acordo com Jorion, instituições financeiras têm, por objetivo principal, gerenciar ativamente os riscos financeiros, assumindo, intermediando e oferecendo conselhos. Compreender os riscos enquanto incertezas inevitáveis trazem aos administradores financeiros meios que prever e minimizar eventos adversos, estando preparados de maneira mais eficiente. E, conforme o autor, o aumento da volatilidade dos mercados financeiros, no começo dos anos 1970, trazia uma única constante em relação a todos os fatos ocorridos, que é a imprevisibilidade, em que rápidas mudanças do cenário econômico geravam grandes perdas financeiras. O gerenciamento de risco, neste sentido, fornece proteção parcial contra essas fontes de risco. Corporações assumem posturas de gerenciamento de risco mais ativas, segundo Crouhy, Galai e Mark , onde risco sempre foi um elemento relevante nas tomadas decisões de novos investimentos. Ao desconsiderar projetos mais arriscados, as organizações podem perder oportunidades com excelentes retornos. O problema maior é como quantificar os riscos, precificando-os adequadamente. Para Juvenil Alves, da Casa do Contribuinte, Gerenciamento de Risco Tributário tem o seguinte conceito:
Gerenciamento de Risco Tributário-Consiste em conhecer e identificar as rotinas tributárias de um contribuinte e suas escriturações, para cotejando-as com o sistema legal (leis e outros aparatos legais), com a jurisprudência e com tendências futuras de entendimentos, possa identificar eventuais distorções, evitando aplicação de multas, processos criminais e perdas patrimoniais, para sócios, administradores e contadores.
Tipos de riscos:
Crouhy, Galai e Mark ,classificam os riscos financeiros de uma instituição como:
- Risco de mercado,
- Risco de crédito
- Risco de liquidez
- Risco operacional
- Risco legal
- Risco do fator humano
Risco de Mercado é o risco de que mudanças nos preços e nas taxas no mercado financeiro reduzam o valor das posições de um título ou de uma carteira." Os riscos de mercado de um fundo normalmente são medidos com base em um índice ou carteira benchmark.
Risco de Crédito é o "risco de que uma mudança na quantidade do crédito de uma contraparte possa afetar o valor da posição de um banco. Neste tipo de risco, a contraparte não quer ou não pode cumprir com suas obrigações contratuais e, eventualmente, sofre rebaixamento por parte de uma agência classificadora de risco.
Risco de Liquidez compreende tanto o risco de financiamento de liquidez quanto o risco de liquidez relacionado às negociações, Risco de financiamento de liquidez se relaciona à capacidade de uma instituição financeira de levantar o caixa necessário para rolar sua dívida, para atender exigências de caixa, margem e garantias das contrapartes e (no caso de fundos) de satisfazer retiradas de capital. O risco de liquidez relacionado a negociações é o risco de que uma instituição não seja capaz de executar uma transação ao preço prevalecente de mercado porque não há, temporariamente, qualquer apetite pelo negócio "do outro lado" do mercado. O risco de financiamento de liquidez e o risco de liquidez relacionado às negociações "definem-se como duas dimensões do risco de liquidez". Quando uma transação não puder ser adiada, sua execução pode levar a uma perda substancial na posição. É um risco difícil de ser quantificado.
Risco Operacional, por sua vez, "se refere às perdas potenciais resultantes de sistemas inadequados, falha da gerência, controles defeituosos, fraude e erro humano". Relacionado ao risco operacional, existem vários casos de falhas operacionais relacionadas a uso de derivativos, caracterizadas por transações alavancadas, ao contrário das transações à vista. Um negociante pode fazer comprometimentos muito grandes em nome da instituição financeira, gerando exposições futuras enormes, utilizando pequeno volume de dinheiro.
Risco Jurídico "surge por toda uma série de razões. Por exemplo, uma contraparte pode não ter a autoridade legal ou regulatória para se engajar em uma transação. Riscos Jurídicos geralmente só se tornam aparentes quando uma contraparte, ou investidor, perde dinheiro em uma transação e decide acionar o banco para evitar o descumprimento de suas obrigações".
Risco do Fator Humano é assim definido como “uma forma especial de risco operacional. Relaciona-se às perdas que podem resultar em erros humanos como apertar o botão errado em um computador, inadvertidamente destruir um arquivo ou inserir um valor errado para um parâmetro de entrada de um modelo”.
O QUE É GERENCIAMENTO DE RISCOS?
Gerência de Riscos é o processo de planejar,organizar,dirigir e controlar os recursos humanos e materiais de uma organização,no sentido de minimizar os efeitos dos riscos sobre essa organização ao minimo possível.
É um conjunto de técnicas que visa reduzir ao mínimo os efeitos das perdas acidentais, enfocando o tratamento aos riscos que possam causar danos pessoais. ao meio ambiente e à imagem da empresa.
OS ELEMENTOS BÁSICOS DO GERENCIAMENTO DE RISCOS:
- Controle do RISCO, que se constitui em um programa de prevenção de perdas, reduzindo tanto a freqüência como a severidade dos acidentes;
- O financiamento, que significa a gestão dos riscos remanescentes,retendo-os na empresa ou transferindo-os total ou parcialmente para as seguradoras.
A IMPORTÂNCIA E SUCESSO DO GERENCIAMENTO DE RISCOS:
Atualmente, nos países desenvolvidos,todas as grandes empresas e muitas pequenas e médias se utilizam, com êxito, da Gerência de Riscos, pois ela proporciona uma correta proteção dos ativos e do patrimônio dos acionistas, eliminando ou reduzindo,efetivamente, a maioria dos riscos acidentais.
OS PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA GERÊNCIA DE RISCOS:
- -Seguros adequados
- -Redução de riscos com conseqüência redução de prêmios
- -Retenções conscientes de riscos
- -Bens e vida humanas preservadas
- -Manutenção do fluxo produtivo e permanência da empresa no mercado
- -Funcionários motivados
- -Aumento da produção e competitividade
DEFINIÇÕES RISCO:
Uma ou mais condições de uma variável com o potencial necessário para causar danos.Esses danos podem ser entendidos como lesões a pessoas danos a equipamentos e instalações, danos ao meio ambiente, perda de material em processo ou redução da capacidade de produção.Havendo um risco,persistem as possibilidade de efeitos adversos.
PODE SIGNIFICAR AINDA:
- -Incerteza quanto a ocorrência de um determinado evento(acidente)
- -Chance de perda que uma empresa pode sofrer por causa de um acidente ou série de acidentes.
PERIGO-Expressa uma exposição relativa a um risco que favorece a sua materialização em danos.
DANO- É a gravidade da perda humana,material, ambiental ou financeira que pode resultar,caso o controle sobre o risco seja perdido. um operário desprotegido pode cair de uma viga a 3 metros de altura sofrer um dano físico como por exemplo, uma fratura na perna. Se a viga estivesse colocada a 90 metros de altura ele, com certeza, estaria morto. O risco ( possibilidade) e o perigo(exposição) de queda são os mesmos. entretanto a diferença reside apenas na gravidade do dano que poderia ocorrer
com a queda.
CAUSA- É a origem de caráter humano ou material relacionada com o evento catastrófico(acidente ou falha) resultante da materialização de um risco, provocando danos.
PERDA- É o prejuízo por uma organização,sem garantia de ressarcimento por seguro ou
por outros meios
SINISTRO- É o prejuízo sofrido um organização, com garantia de ressarcimento por seguro
ou por outros meios
INCIDENTE- Qualquer evento ou fato negativo com potencial para provocar danos. É também chamado " quase acidente", situação em que não há danos macroscópicos.
NÍVEL DE RISCO- Expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de um período especifico de tempo ou numero de ciclos operacionais.pode ser indicado pela probabilidade de um acidente multiplicada pelo dano sem recursos financeiros,vidas ou unidades operacionais.
IDENTIFICAÇÃO E ANALISE DE RISCOS:
De modo geral, a Análise de riscos tem por objetivo responder a uma, ou mais de uma, das seguintes perguntas relativas a uma determinada instalação:
-Quais os riscos presentes na planta e o que pode acontecer de errado?
-Qual a probabilidade de ocorrência de acidentes devido aos riscos presentes?
-Quais os efeitos e as consequências destes acidentes?
-Como poderiam ser eliminados ou reduzidos estes riscos?
Portanto, analisar um risco é identificar,discutir, e avaliar as possibilidade de ocorrência de acidentes, na tentativa de se evitar que estes aconteçam e ,caso ocorram, identificar as alternativas que tornam mínimos os danos subsequentes a estes acontecimentos.
TÉCNICAS DE ANALISE DE RISCOS:
A análise de riscos consiste num exame sistemático de uma instalação para identificar os riscos presentes e formar uma opinião sobre ocorrências potencialmente perigosas e suas possíveis conseqüências. As metodologias são oriundas de duas grandes áreas:Engenharia de Segurança e Engenharia de processos.Possuem generalidades e abrangência,podendo ser aplicadas a quaisquer
situações produtivas.
As técnicas de Analise de Ricos mais utilizadas são:
- -Analise Preliminar de Riscos (APR)
- -Check list
- -Técnica de Incidentes Críticos (TIC)
- -Analise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE)
- -Analise e Árvore de Falhas (AAF)
- -Analise de Árvore de Eventos ( AAE)
- - Estudo de Operabilidade e Riscos-Hazard and Operability Studies (HazOp)
- -Série de Riscos (SR)
- -What-if (WI )
- -What-if/Check list (WIC)
Outras Fontes e Referências;
HOPE, Warren T. Introdução ao Gerenciamento de Riscos. Rio de Janeiro: FUNENSEG, 2002
JORION, Phillipe. Value at Risk - Nova fonte de referência para Gestão do Risco Financeiro. São Paulo: BM&F, 2004, Ed. 2, 487 p. 4-5
GROUHY, Michel; MARK, Robert; GALAI, Dan. Gerenciamento de Risco - Abordagem Conceitual e Prática. São Paulo: QualityMark, 2004, p. 4; 34-36]
MONFRADINI, Luiz Cláudio, TEIXEIRA, Rafael Buback, Gerenciamento de risco: um estudo de caso do fundo de pensão Baneses, utilizando Value at Risk. TCC/Monografia. Depto Engenharia de Produção. Faculdades Integradas Espírito Santenses, Vitória, ES, jul.2008.
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